RUMO A GASTROPLASTIA

ANO NOVO,METAS NOVAS:

sábado, 30 de outubro de 2010

Problemas psicológicos influenciam no tratamento da obesidade?

Aspectos como o preconceito e discriminação social, associados a limitações de ordem funcional e problemas clínicos relacionados à obesidade em si, evidentemente contribuem para que o indivíduo obeso apresente uma maior freqüência de problemas relacionados ao bem-estar psíquico e à satisfação consigo próprios. Portanto, é compreensível que encontremos na população obesa uma maior freqüência de sintomas e estados relacionados, principalmente, à depressão e à ansiedade.
Entretanto, a maioria dos estudos sugere que os sintomas depressivos e ansiosos não constituem necessariamente um entrave ao sucesso do tratamento.  Há mesmo quem argumente que o grau de sofrimento psíquico relacionado à obesidade seja um indicador da motivação destes pacientes em empenhar-se no seu tratamento, o que tende a otimizar as chances de sucesso. Contudo, se estes sintomas apresentarem uma gravidade capaz de interferir na motivação do paciente em tomar parte ativa no tratamento, evidentemente é necessário que sejam tratados antes da intervenção cirúrgica.
Fatores psicológicos ou psiquiátricos têm alguma influência no resultado da cirurgia ?
Os estudos nessa área são ainda insuficientes para permitir afirmações definitivas. Entretanto, as evidências atualmente disponíveis indicam alguns pontos de convergência:
(1) A presença ou gravidade dos sintomas psíquicos presentes antes da cirurgia, tanto quanto os traços de personalidade dos pacientes, parecem não influenciar aspectos como a redução de peso ou a qualidade de vida após a cirurgia bariátrica.
(2) A presença de compulsão alimentar (Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica - TCAP) em pacientes que se apresentam para a cirurgia bariátrica tende a estar associada com uma menor redução de peso ou mesmo com re-aquisição variável de peso após cirurgia bariátrica. Esse efeito parece manifestar-se a partir de 1 ou 2 anos após a cirurgia.  Há evidência de que pacientes com TCAP tendem a revelar equivalentes compulsivos (como o beliscar contínuo) após a cirurgia, que por sua vez estão associados com maiores índices de re-aquisição de peso e resultados terapêuticos menos satisfatórios (Herpertz et al., 2004; Greenberg et al., 2005; Sallet et al., 2007). Por outro lado, o surgimento de problemas psiquiátricos após a cirurgia parece estar associado com menor adesão aos cuidados alimentares e à atividade física regular, fatores sabidamente associados com o resultado do tratamento.
Portanto, a identificação e o tratamento destes problemas são de fundamental importância no resultado do tratamento.

Todos os pacientes que fazem cirurgia bariátrica necessitam de tratamento psíquico ou de psicoterapia ?
Não há uma indicação genérica de tratamento psicoterápico para todos os indivíduos obesos ou para todos os pacientes obesos que fazem cirurgia bariátrica.  O que se aconselha é um acompanhamento psiquiátrico ou psicológico com o objetivo de prevenir, identificar e tratar problemas que possam surgir ao longo das mudanças relacionadas à redução de peso, comportamento alimentar e adequação às novas circunstâncias de vida. Uma situação diversa ocorre no caso do transtorno do comer compulsivo (ou Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica - TCAP), que ocorre em aproximadamente 1/3 dos pacientes que procuram tratamento bariátrico. No caso do TCAP, os tratamentos indicados são o acompanhamento psicoterápico e o uso de medicamentos. As psicoterapias empregadas diferem quanto à técnica e à formação dos profissionais envolvidos. As psicoterapias podem ser ministradas individualmente ou em grupo. Os modelos teóricos mais empregados e estudados são os de orientação cognitivo-comportamental (que explora mais objetivamente aspectos relacionados às crenças, sentimentos e comportamentos relacionados à alimentação disfuncional, endereçando a promoção de comportamentos mais adaptativos) e o de orientação psicodinâmica (com uma abordagem mais ampla, envolvendo conflitos e padrões defensivos inconscientes, além do relacionamento interpessoal ao longo da vida da pessoa). Ambas as abordagens oferecem bons resultados e, associadas ou não ao uso de medicamentos, constituem tratamento bastante eficaz no controle dos excessos alimentares. 


FONTE: http://www.sbcb.org.br/pacientes_duvidas_frequentes.php#psiquiatria

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